A partir de 1900, assumiu o posto de sub-fiscal interino da povoação de Turiba, Francisco Xavier de Macedo.
Como distrito policial, a povoação teve como delegados Pedro Mariano de Oliveira, como primeiro-suplente João Evergisto de Almeida (Conhecido como João Loureiro, pai de Batista, Roque e Renato Loureiro), como segundo suplente, Firmino de Oliveira e Silva, e terceiro suplente, José André da Silva. Como escrivão do distrito policial, estava José Gonçalves de Macedo, conhecido como Pai Zé e esposo de Mãe Chiquinha. Também foram delegados: Pedro dos Santos Lisboa (Pedro Rosa), João Batista Cerdeira, José Batista Gomes, José Cilico Gonçalves, Agenor Gomes de Oliveira, João Batista de Oliveira Lima e João Gomes da Silva Guimarães (João Tomé).
Consta que o bairro não possuía um lugar para prender os arruaceiros de plantão, e que os presos eram amarrados em uma árvore até a efetivação da prisão, em Itaberá, ou soltos no dia seguinte, como era o caso de bêbados. O posto policial, com celas, só seria construído por volta de 1950, por um senhor chamado Pascoalino. Ali já funcionou um posto da guarda-mirim, posto de saúde e hoje está instalado o posto de correios.
VI - INDÚSTRIAS
É passível de menção as atividades industriais de Turiba do Sul, como a olaria mantida pelo Sr. Cândido (Nhô Cândio), pelos idos de 1937; e fábrica de farinha de milho de José Mariano de Oliveira, onde os pacotes eram lacrados com o calor de velas. Monjolo mecanizado perto do Paulino Gomes: água do rio Furquilha girava pás que por correia (couro de boi) girava simultaneamente 2 ou 3 mãos de monjolos. A farinha era torrada em vários fornos a lenha, até anos 40/inicio 50
VII - FARMÁCIAS
Também muitas farmácias já funcionaram no distrito, como as de Artur, Maroquinha, Campos (que não sabemos os nomes ou sobrenomes), a do Sr. Zeferino Zago (que de tão famoso, moradores de Itaberá o procuravam em Turiba, levando-o a mudar a farmácia para a cidade, que durante muitos anos funcionou com o nome de Itanguá), de Maria Chaves Louro, de Elza do Carmo de Oliveira (Elza do Ditão), de Joaquim Ferraz de Oliveira e a última, que pertenceu à Maria Luzia de Almeida Lisboa (Lúcia Loureiro).
VIII – BARBEARIAS:
Como barbeiros em Turiba merecem destaque a figura de Pedro Gomes de Oliveira (Pexero) (1916 – 2006), grande benfeitor e também pedreiro, que mesmo não tendo filhos, adotou ou cuidou de muitas crianças que haviam ficado sem lar, juntamente com sua esposa Maria Lázara de Oliveira (Mariquinha). Também merece citação a figura de Paulo Anselmo da Silva e a de Francisco (cujo sobrenome não foi encontrado).
IX – EDUCAÇÃO
Importantíssimo capítulo da história de Turiba do Sul é a sua evolução na área educacional. Os dados citados foram relatados por José Cilico Gonçalves e por João Batista Loureiro.
A primeira escola a funcionar na localidade surgiu entre 1925/1930; muito simples, feita de barro e sapé, onde atuou o primeiro professor, Joaquim Neves, que viera de São Paulo com sua mãe, Dona Tudinha. Antes disso, as poucas pessoas alfabetizadas do lugar contavam com a ajuda de catequistas, que além da formação religiosa católica, ensinavam meninos e meninas a ler, como foi o caso de Dona Maria Paulina da Conceição, que nunca freqüentara escola e sabia ler. A primeira professora a atuar em Turiba foi Maria Antonieta de Oliveira (Marocas), que hoje denomina uma rua no lugar.
A escola funcionava como “mista”, isto é, para meninos e meninas em classes multisseriadas. Foi Geraldo César Fernandes, médico-chefe do Posto de Saúde de Itaberá, por volta de 1951, quem solicitou a transformação da escola mista em grupo escolar, consultando o Inspetor Escolar Prof. Raymundo Marques. O prefeito da época, Antônio Flávio de Souza, afirmou ser necessário que alguém se dispusesse a levantar dados, como nome e idade das crianças existentes na região, entre 7 e 14 anos, que estudariam no Grupo Escolar a ser criado.
É José Cilico Gonçalves, então funcionário do Posto de Saúde quem se dispõe a fazer o árduo trabalho, e autorizado pelo médico-chefe, passa a reunir os dados, andando a pé ou a cavalo, de casa em casa, numa época de muita chuva. Reúne 171 candidatos, com anotações de próprio punho, que é repassado ao prefeito.
Dois ou três meses depois, por intermédio de um deputado da região, a Secretaria da Educação de São Paulo autoriza a criação do Grupo Escolar, denominado Profª Maria Eufrosina do Amaral Melo, nome que constava na placa comemorativa, mas não foi oficializado, por não se saber quem é a professora em questão.
O Grupo Escolar funcionava numa escola de alvenaria, com grandes janelas envidraçadas, e que foi demolida pelo fato de uma grande paineira que crescera ao lado, danificar suas estruturas. Há relatos também de afundamento, em conseqüência de formigueiro sob o piso.
A terceira escola era de tábuas, com dois cômodos e a diretoria, que deveria funcionar provisoriamente.
A escola atual, que foi denominada Escola Estadual de Primeiro Grau do Distrito de Turiba do Sul, foi construída na década de 1970. Era um projeto arrojado e moderno, formado por três grandes pavilhões envidraçados, com espaço adequado para gabinete dentário (que funcionou), vários banheiros e salas amplas de assoalho e curioso tablado em frente às lousas. Passou a atender até a 8ª série do antigo primeiro grau, tendo sua primeira turma formada em 1978.
Pela Lei Estadual nº 9.610, de 05/05/1997, a escola passou a ser denominada Bárbara Vidal César, e mais tarde, passou a funcionar com Ensino Médio, hoje oferecendo o ensino da 5ª série ao 3º colegial, nos três períodos, ao distrito e bairros adjacentes.
X – A IMPORTÂNCIA POLÍTICA DE TURIBA DO SUL
Turiba do Sul não se fez representar só como importante pólo econômico até a década de 1970, no Município de Itaberá. Muitos de seus conterrâneos ou pessoas que escolheram o distrito para morar, atuaram no executivo e no legislativo municipais. É o caso de Pedro Mariano de Oliveira Filho, que foi prefeito de Itaberá em três ocasiões: 1969/1972; 1979/1982 e de 1997/2000; de Erotides Gonçalves de Almeida, entre 1960 e 1963, e de vereadores como José Cilico Gonçalves, que dirigiu a Câmara de Vereadores por 15 anos, e de Francisco Vidal da Veiga (Chiquitão), Roque Chaves Louro (Rocão), entre outros mais recentes.
XI – TENTATIVAS DE TRANSFORMAR TURIBA DO SUL EM MUNICÍPIO
No ano de 1994, foi criada uma comissão de emancipação no Distrito de Turiba do Sul, objetivando a elevação do distrito à condição de município, composta por Marcelo Lisboa, Otávio Maia, Benedito Aparecido Maia, Maria Emília Teixeira, Claudete Lisboa, Carlinhos Veiga, Luiz Carlos Lisboa, José Carlos Bruno, José Roque Quarentei, entre outros, e que contou com o apoio explícito de José Roberto da Veiga (então vereador em Coronel Macedo e nascido em Turiba), de Antônio Loureiro de Almeida (então prefeito de Itaporanga, e também nascido em Turiba), Paulo Roberto Tarzã dos Santos e Paulo Saponga (vereadores de Itapeva), e de deputados como Renato Amary, que apresentou o projeto à Assembléia Legislativa do Estado, Silvio Cinty e de Hamilton Pereira.
Por intermédio do deputado Renato Amary, o processo ingressou na Comissão de Assuntos Municipais da ALESP sob nº 3.874. A citada comissão aprovou o processo, transformando-o no Parecer nº 884, de 1995. Todos os requisitos foram preenchidos, como 1.000 eleitores votando em seções eleitorais do distrito (foram cadastrados 1.033 eleitores em 5 seções instaladas), área estabelecida em lei, núcleo urbano constituído e vistoriado pelo IGC.
O Parecer nº 884 acabou transformado no Projeto de Lei Estadual nº 87, de 1995, e até hoje aguarda aprovação do plenário para que se autorize a realização do plebiscito pelo Tribunal Regional Eleitoral. Na mesma situação estão os distritos de Guarizinho (Itapeva), Campina de Fora e Itaboa (ambos de Ribeirão Branco), Campos de Holambra (antigo Holambra II, em Paranapanema), Araçaíba (Apiaí), Porto (em Capela do Alto), Cruz das Posses (Sertãozinho) e vários outros.
Infelizmente, o projeto foi apresentado tardiamente, já que a onda emancipacionista iniciada em 1990 estava no fim, após a criação de 73 municípios em São Paulo, entre eles Barra do Chapéu, Taquarivaí, Nova Campina, Itaóca, Ribeirão Grande, Itapirapuã Paulista e Bom Sucesso de Itararé, todos da região. Entre 1995/1996, o governo federal conseguiu a aprovação da Emenda Constitucional nº 15, de 1996, que alterou o artigo 4º da Constituição de 1988, e tirou dos estados o direito de legislar a respeito, e até hoje não regulamentou o referido artigo, congelando os processos emancipacionistas em todo o Brasil. Cabe lembrar que, aos que agiam contra o trabalho de emancipação, que o projeto não parou por desânimo dos participantes e sim pela falta de vontade das autoridades públicas da época.
XII – SITUAÇÃO ATUAL E COMPARAÇÕES COM SEU PASSADO
Turiba do Sul ainda guarda, saudosista, a época em que possuía vigoroso comércio, movida pela grande produção agropastoril, sendo uma das áreas com a maior atividade suinocultora do município; também respondia por enorme produção de algodão, batata-inglesa, milho e feijão.
Sebastião Loureiro cita seu avô materno, Vitorino Garcia (1901 – 1993), que dizia ser o comércio do bairro mais vigoroso do que o de Itaporanga, nas primeiras décadas do século XX. Outra citação importante dita por moradores da região na década de 1960, é a de que, se fosse para falar em poder econômico e desenvolvimento, Turiba tinha muito mais condições de se tornar município do que Coronel Macedo e Barão de Antonina, criados pela Lei Estadual nº 8.092, de 28/02/1964. O distrito já possuía telefone e cartório de registro civil nessa época.
Hoje possui economia restrita à atividade criatória de gado bovino e produção de grãos, comércio decadente e população reduzida aos cerca de 1.700 habitantes, conforme dados do IBGE em 2000.
Apesar da visível decadência econômica, dispõe de invejável infraestrutura, com uma escola que oferece o ensino a partir da 5ª série até o Ensino Médio completo, que homenageia Dona Bárbara Vidal Cezar, matriarca da família Mariano de Oliveira; um posto do PSF (Programa de Saúde da Família), que oferece médico e dentista, durante toda a semana, e que atende aos bairros vizinhos; uma creche-modelo, durante vários anos administrada pela competente professora farturense Maria Emília Teixeira; posto de correios; asfalto que liga a sede distrital à cidade de Itaberá, ainda que em péssimas condições; torre de telefonia da Telefônica, que permite aos moradores ter telefone em casa e rede de abastecimento de água e esgoto da SABESP; todas as ruas possuem nomes; possui CEP próprio (18450-000); cemitério desde o início do século XX; e são calçadas com lajotas as ruas Francisco Louro e a João Loureiro, além do trecho que circunda a área aberta em frente à igreja. Também é pavimentada a rua Mãe Chiquinha (antiga Rua do Comércio), onde começa (ou termina), a vicinal Pedro Mariano de Oliveira Neto.
XIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Certamente o presente trabalho apresenta muitas lacunas, dados incompletos ou nomes e datas citados de maneira errônea. Tal pesquisa pretende ser apenas a primeira, ainda um esboço apenas, da história de uma terra que foi e é importante para as famílias que ali residem ou que já residiram e todos os seus descendentes, e que merece ser conhecida e ter sua memória preservada.
Tal trabalho seria impossível sem os dados conseguidos junto ao primeiro “historiador” de Turiba, José Cilico Gonçalves, que deixou material escrito e gentilmente cedido pela professora Maria da Glória Gonçalves, sua neta; através de uma entrevista feita a João Batista Loureiro em 1987 e à Maria Paulina da Conceição (Maria Rosa), para um trabalho escolar; e do levantamento histórico feito por Preto Mattos, da Casa da Cultura de Itapeva, através de dados coletados em jornais antigos.
Também foram ouvidos e considerados relatos feitos por Dona Donga, Lázaro Rosa, Dito Rosa, Roque Loureiro, Pexero, Vitorino Garcia, e muitos outros.
A pesquisa ora apresentada, com tons memorialistas e carregada de saudosismo, tentou ser bastante próxima à realidade, já que contou com o apoio de documentos oficiais e não oficiais e de muitas fotografias, além de relatos de pessoas contemporâneas à cada fato.
Imprescindível na elaboração desse material a colaboração direta de Sebastião Loureiro, que permitiu que o trabalho fosse escrito a “quatro mãos”, e com seu blog, onde fazia citações sobre personagens da Turiba de seus tempos de menino, provocou uma explosão pelo interesse na história e nos personagens da Turiba antiga.